Nota Oficial: Presidentes do PT na Região da Micro de Florianópolis posicionam-se sobre o Carnaval e a pandemia
Os Presidentes do PT de Florianópolis, São José, Biguaçu, Antônio Carlos, Paulo Lopes, Garopaba, Tijucas, São João Batista e Major Gercino, se posicionam sobre carnaval e pandemia
Os presidentes do Partido dos Trabalhadores dos municípios da Micro Região de Florianópolis, frente ao novo e exponencial crescimento da contaminação, internações e óbitos provocados pela COVID, defendem que:
1 - Sejam canceladas TODAS as atividades carnavalescas que provoquem aglomerações, sejam as realizadas ANTES ou DURANTE o Carnaval , sejam as PÚBLICAS ou PRIVADAS, sejam as realizadas em espaços ABERTOS ou FECHADOS, conforme preconizam as autoridades sanitárias.
2 - Seja reforçada e acelerada a VACINAÇÃO para todos/as, exigindo que as autoridades realizem campanhas e ações que enfrentem os negacionistas e combatam as fake news.
3 - Que o Poder Municipal viabilize ajuda financeira aos trabalhadores da cultura já afetados pela pandemia e que, novamente, serão prejudicados com o cancelamento necessário das atividades carnavalescas
EM TEMPOS DE PANDEMIA DEVEMOS SEMPRE DEFENDER A VIDA, EM ESPECIAL DOS MAIS VULNERÁVEIS E DOS TRABALHADORES!
Santa Catarina, 9 de fevereiro de 2022
Presidentes do PT
Florianópolis, São José, Biguaçu, Antônio Carlos, Paulo Lopes, Garopaba, Tijucas, São João Batista e Major Gercino.
JUSTIFICATIVA
Hoje mais de 628 mil famílias brasileiras choram seus mortos. Nosso país, ainda que tenha reduzido a velocidade de mortes por Covid-19, segue no topo do ranking de nações com mais perdas pela pandemia, ficando atrás apenas dos EUA. É necessário ressaltar que esse freio na letalidade do vírus é reflexo da campanha de vacinação, que ocorre apesar de toda a sorte de obstáculos colocados pelo Governo Federal e seus aliados presentes nos estados e municípios. A imunização é um passo importante para vencer esta doença. Mas a sua realização, ainda longe de ser concluída, não significa o fim da pandemia. A variante ômicron, sendo mais contagiosa, situa a pandemia num novo patamar e com isso voltamos a ter o sistema de saúde saturado e, consequentemente, um crescimento no número de mortos.
Podemos, sem dúvidas, relacionar o aumento de casos e internações por Covid-19 com a flexibilização conivente das prefeituras na temporada de verão e nas festas de fim de ano. Por isso, é imperativo que outras festas sejam canceladas, como ocorre agora com o Carnaval. Porém, é preciso cobrar que o cancelamento do carnaval pelas prefeituras não seja apenas discurso vazio, mera retórica. O carnaval é a maior festa popular do Brasil e por conta da sua natureza social sempre é a primeira a ser rifada quando se trata de discutir cortes de recursos públicos. Uma discussão sempre permeada de preconceito racial e social. Enquanto isso, eventos e festividades ligados a grupos sociais mais abastados seguem acessando verbas governamentais cada vez mais vultosas.
Logo, é importante nesse momento de mais uma data popular que pode gerar aglomerações ter uma posição muito clara sobre como deve ser a política das prefeituras em relação ao carnaval de 2022. Corretamente, as ruas estarão fechadas para o carnaval. Mas, seguem, sem nenhum constrangimento, os anúncios de bailes em espaços privados nas praias do litoral catarinense. O preço quem paga são os moradores e trabalhadores, os primeiros a se contaminarem. É urgente que eventos de carnaval privados também sejam proibidos.
Conforme orientam os documentos da Organização Mundial de Saúde, a transmissão do coronavírus se dá principalmente por via aérea. Assim sendo, ambientes fechados com alta lotação são mais propícios para contaminação e propagação do vírus. Portanto, é um contra-senso ser condescendente com esses eventos ao mesmo tempo que se promove campanhas para prevenção do Covid-19 e se defende o bom uso do dinheiro público. Criar e permitir situações de propagação do vírus que irão resultar no aumento da demanda e dos custos da saúde pública vai na contramão desse pensamento.
O que estamos pedindo dos gestores é coerência e compromisso com a vida. Todos sabemos que o carnaval é historicamente uma época importante para a economia da região da grande Florianópolis. As cidades daqui tem boa parte da sua renda advinda do turismo. Contudo, vivemos uma nova realidade, que exige uma postura coletiva de proteção e defesa da vida. O interesse do faturamento não pode sobrepor a saúde dos catarinenses. O cancelamento do carnaval é um tema que exige sensibilidade e deve ser decidido ouvindo todas as partes envolvidas.
As prefeituras precisam ampliar suas fiscalizações e construir decretos mais restritivos para estas atividades, não apenas no carnaval, mas enquanto durar a pandemia. Como também precisam buscar alternativas econômicas para os setores impactados negativamente. Num cenário de alta do desemprego, uma solução pode ser encontrada na contratação temporária de mais pessoas para atuar na fiscalização. Para o setor cultural, é perfeitamente viável, envolvendo prefeituras e governo do estado, debater dentro do orçamento público um auxílio social que garanta a sobrevivência financeira de toda a cadeia produtiva da cultura e entretenimento. Outra política fundamental é a criação de Comitês de Crise que construam coletivamente com todos os envolvidos as decisões sobre a pandemia. Isso traz transparência à gestão e garante a participação efetiva da população. Iniciativas, como Passaporte Vacinal e a distribuição gratuita de respiradores padrão PFF2, são essenciais para barrar o vírus e podem ser construídas dentro desses comitês.
Os avanços no combate à pandemia do Coronavírus são fruto das ações daqueles, que organizados em coletivos, associações, sindicatos e partidos, lutam diariamente na defesa da vida. A realidade concreta do dia-a-dia supera qualquer mentira dita. Isso fica cada vez mais evidente nas pesquisas que mostram que brasileiros e brasileiras defendem a vacina e medidas de combate à pandemia. O Brasil sabe que vidas e economia andam juntas. Por isso, o Partido dos Trabalhadores seguirá na defesa da vida e da classe trabalhadora. Suas direções e militância devem assumir essa tarefa nas suas cidades. Esse é o único caminho para superarmos este momento difícil e caminhar para uma nova fase social e econômica mais justa e próspera.